Pode-se afirmar que, o potencial de um
indivíduo para a aprendizagem, é máximo em seu nascimento, e com o tempo, esse
potencial tende a diminuir. Os primeiros anos de vida são muito importantes
para estabelecer boas bases para um futuro desenvolvimento musical de grande
qualidade
Se a corrente
vivificadora da música não chegou ao homem numa determinada idade, enquanto é
possuidor de uma maior capacidade receptiva, é muito pouco provável que chegue
mais tarde. Às vezes basta só uma boa experiência para abrir uma alma jovem
para a música.
É evidente que a música está presente nas vidas das
crianças muito antes do falar, o que pode levantar uma questão interessante: a
que idade o sistema nervoso e o cérebro começam a permitir a percepção, a
memorização e o processamento da música? Segundo os mais recentes estudos a
este propósito, esta atividade começa muito antes do nascimento, ou seja, o útero será a primeira sala de concertos.
(SIRTIRNMANN, 1940 apud MOOG, 1976).
Portanto, é essencial que a
criança desenvolva o lado criativo e artístico de seu cérebro. Considerando que
a música estimula a mesma parte do cérebro que a lógica, podemos partir desse
princípio para deduzir que a criança terá um melhor desenvolvimento na área da
lógica, uma vez que desenvolverá esta parte cerebral desde cedo. O que a
criança descobre uma vez que explora o meio em que vive, estuda, exprime
curiosidade sobre muitas coisas, formas e situações que muitas vezes os adultos
não percebem. Segundo Leonido (2006, p.6), a criança deve ser iniciada no mundo
da educação para a exploração, “quer de uma forma formal ou informal, embora a segunda seja importantíssima
no decorrer do desenvolvimento integral da criança.”
Conforme Gordon (2000), a fase estária compreendida
entre o nascimento e os cinco primeiro anos de vida são essenciais em termos de
potencialidades de própria desenvoltura da aprendizagem, criando a criança as
suas bases para todo o subsequente desenvolvimento educativo. “A iniciação musical infantil deverá fomentar
na criança o desenvolvimento máximo da criatividade individual dentro do
desenvolvimento máximo da criatividade coletiva”. (GAGNARD, 1971 apud
LEONIDO, 2006, p. 10)
Algumas
pessoas acreditam que se a criança começar a estudar música na infância, quer
dizer que ela será mais esperta, ou terá mais inteligência que as outras, em se
tratando de conhecimento musical. Porém, para Leonido (2006, p. 9), o desenvolvimento das habilidades musicais deve ser
visto pelo educador, e também pelos pais, como um investimento a longo prazo,
pois esse processo significa uma assimilação ordenada de pequenas conquistas
musicais. Leonido (2006, p. 9) acrescenta ainda que
só futuramente se poderá pedir à
criança que execute uma tarefa musical de grande exigência, tal como
interpretar (leitura clássica de uma partitura musical) um tema vocal ou
instrumental, ou ainda, fazê-lo individualmente e em grupo (desenvolvimento
pessoal e social da criança).
Para a Primeira Infância (0 a 3 anos), o trabalho
realizado, é insistente, e baseado no lúdico e em jogos dramáticos, “para que
se desenvolvam aptidões próprias na criança, desenvolvendo-se as suas reais
potencialidades, no meio e em tempo apropriado à sua idade e desenvolvimento
físico e intelectual.” (LEONIDO, 2006, p. 9)
Apesar de já termos
alguns estudos acadêmicos sobre a interação Música + Pedagogia, ainda são
poucas as instituições que colocam esses resultados em prática. De acordo com
Reigado (2007, p. 4),
(...) apesar do
interesse crescente de pais e educadores nesta área disciplinar, nem sempre as
orientações pedagógicas foram bem direcionadas. Só mais recentemente esse fato
se tem alterado e traduzido numa procura da adequação das experiências
educativas, em particular, no que concerne às faixas etárias mais precoces. A
esta recente realidade não é alheia, certamente, uma maior abertura ao
conhecimento dos estudos que têm vindo a ser realizados no campo da Pedagogia
Musical.
Se olharmos à
nossa volta, veremos que a música está em todos os lugares, todos os dias ela
nos invade, e a nos utilizamos dela de alguma maneira. E as pessoas que tem
esse contato mais planejado, seja estudando música, seja ouvindo os pais ou
responsáveis cantarolarem canções de ninar, por exemplo, desenvolvem uma
ligação e amor pela arte, e crescem
sabendo que esta não é inútil em suas próprias vidas. Será, então, que a Escola
também não tem a “responsabilidade de exercitar e desenvolver esta paixão no
indivíduo desde a mais tenra idade? Porque amar a música faz parte do mais
íntimo que um ser humano desenvolvido tem como mais previsível.” (LEONIDO,
2006, p. 8)
Até porque,
para Gainza (2001, p. 8), por exemplo,:
A música é
adorável porque nos faz bem, ajuda-nos, oferece-nos algo especial que todos
necessitamos: O bebê para de chorar e sorri quando se lhe canta; as crianças,
os jovens e os adultos recorrem à música para dormirem, para estudar, para
acordar, para trabalhar, para se entreter, relaxar...
“A música pode ser uma Escola de
liberdade e de responsabilidade desde os primeiros passos.” (GAGNARD, 1971 apud LEONIDO, 2006, p. 11)
Referências
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relação mais precoce: os pais, os bebés e a interacção precoce. Lisboa, ed.
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05/21/interna_cidadesdf,193836/index.shtml>. Acesso em:
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das vocalizações de bebés de 9 a 11 meses face a estímulos musicais e
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de Ciências Sociais e Humanas, 2007.