Portfolio interativo. Faculdade de Educação - UnB. 2/2012

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Música e Educação


Pode-se afirmar que, o potencial de um indivíduo para a aprendizagem, é máximo em seu nascimento, e com o tempo, esse potencial tende a diminuir. Os primeiros anos de vida são muito importantes para estabelecer boas bases para um futuro desenvolvimento musical de grande qualidade 
Se a corrente vivificadora da música não chegou ao homem numa determinada idade, enquanto é possuidor de uma maior capacidade receptiva, é muito pouco provável que chegue mais tarde. Às vezes basta só uma boa experiência para abrir uma alma jovem para a música.

É evidente que a música está presente nas vidas das crianças muito antes do falar, o que pode levantar uma questão interessante: a que idade o sistema nervoso e o cérebro começam a permitir a percepção, a memorização e o processamento da música? Segundo os mais recentes estudos a este propósito, esta atividade começa muito antes do nascimento, ou seja, o útero será a primeira sala de concertos. (SIRTIRNMANN, 1940 apud MOOG, 1976).
Portanto, é essencial que a criança desenvolva o lado criativo e artístico de seu cérebro. Considerando que a música estimula a mesma parte do cérebro que a lógica, podemos partir desse princípio para deduzir que a criança terá um melhor desenvolvimento na área da lógica, uma vez que desenvolverá esta parte cerebral desde cedo. O que a criança descobre uma vez que explora o meio em que vive, estuda, exprime curiosidade sobre muitas coisas, formas e situações que muitas vezes os adultos não percebem. Segundo Leonido (2006, p.6), a criança deve ser iniciada no mundo da educação para a exploração, “quer de uma forma formal ou informal, embora a segunda seja importantíssima no decorrer do desenvolvimento integral da criança.”
Conforme Gordon (2000), a fase estária compreendida entre o nascimento e os cinco primeiro anos de vida são essenciais em termos de potencialidades de própria desenvoltura da aprendizagem, criando a criança as suas bases para todo o subsequente desenvolvimento educativo. “A iniciação musical infantil deverá fomentar na criança o desenvolvimento máximo da criatividade individual dentro do desenvolvimento máximo da criatividade coletiva”. (GAGNARD, 1971 apud LEONIDO, 2006, p. 10)
 Algumas pessoas acreditam que se a criança começar a estudar música na infância, quer dizer que ela será mais esperta, ou terá mais inteligência que as outras, em se tratando de conhecimento musical. Porém, para Leonido (2006, p. 9), o desenvolvimento das habilidades musicais deve ser visto pelo educador, e também pelos pais, como um investimento a longo prazo, pois esse processo significa uma assimilação ordenada de pequenas conquistas musicais. Leonido (2006, p. 9) acrescenta ainda que
só futuramente se poderá pedir à criança que execute uma tarefa musical de grande exigência, tal como interpretar (leitura clássica de uma partitura musical) um tema vocal ou instrumental, ou ainda, fazê-lo individualmente e em grupo (desenvolvimento pessoal e social da criança).

Para a Primeira Infância (0 a 3 anos), o trabalho realizado, é insistente, e baseado no lúdico e em jogos dramáticos, “para que se desenvolvam aptidões próprias na criança, desenvolvendo-se as suas reais potencialidades, no meio e em tempo apropriado à sua idade e desenvolvimento físico e intelectual.” (LEONIDO, 2006, p. 9)
Apesar de já termos alguns estudos acadêmicos sobre a interação Música + Pedagogia, ainda são poucas as instituições que colocam esses resultados em prática. De acordo com Reigado (2007, p. 4),
(...) apesar do interesse crescente de pais e educadores nesta área disciplinar, nem sempre as orientações pedagógicas foram bem direcionadas. Só mais recentemente esse fato se tem alterado e traduzido numa procura da adequação das experiências educativas, em particular, no que concerne às faixas etárias mais precoces. A esta recente realidade não é alheia, certamente, uma maior abertura ao conhecimento dos estudos que têm vindo a ser realizados no campo da Pedagogia Musical.

Se olharmos à nossa volta, veremos que a música está em todos os lugares, todos os dias ela nos invade, e a nos utilizamos dela de alguma maneira. E as pessoas que tem esse contato mais planejado, seja estudando música, seja ouvindo os pais ou responsáveis cantarolarem canções de ninar, por exemplo, desenvolvem uma ligação e  amor pela arte, e crescem sabendo que esta não é inútil em suas próprias vidas. Será, então, que a Escola também não tem a “responsabilidade de exercitar e desenvolver esta paixão no indivíduo desde a mais tenra idade? Porque amar a música faz parte do mais íntimo que um ser humano desenvolvido tem como mais previsível.” (LEONIDO, 2006, p. 8)
Até porque, para Gainza (2001, p. 8), por exemplo,:
A música é adorável porque nos faz bem, ajuda-nos, oferece-nos algo especial que todos necessitamos: O bebê para de chorar e sorri quando se lhe canta; as crianças, os jovens e os adultos recorrem à música para dormirem, para estudar, para acordar, para trabalhar, para se entreter, relaxar...

“A música pode ser uma Escola de liberdade e de responsabilidade desde os primeiros passos.” (GAGNARD, 1971 apud LEONIDO, 2006, p. 11)


Referências

BRAZELTON, T. & CRAMER, B. A relação mais precoce: os pais, os bebés e a interacção precoce. Lisboa, ed. Terramar, 1993.

CÂMARA JR., João Mattoso. Manual de Expressão Oral e Escrita. Ed. 4ª, Petrópolis, ed. Vozes Ltda, 1957.

FIGUEIREDO, Eliane, L. A iniciação musical: objetivos e características. Revista Goiana de Artes, vol. 10, n. 1, Jan./Dez, 1989.

______. A evolução do pensamento criador em situação musical, Tese de Doutorado, UNICAMP, São Paulo, 1996.

GUIMARÃES, Aerton: Projeto da UnB usa música para estimular desenvolvimento de crianças. Correio Braziliense, Brasília, DF, 21/05/2010. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2010/
05/21/interna_cidadesdf,193836/index.shtml>. Acesso em: 27 jan. 2011.

GORDON, Edwin. Teoria da Aprendizagem Musical para Recém-Nascidos e Crianças em idade Pré-Escolar. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000.

LEONIDO, Levi. Filomúsica: Revista mensual de publicación en Internet. Madrid: n. 78, Nov. 2006, 2006.

MEJÍA, Pilar Pascual. Didáctica de la Música para Primaria. Pearson Educación: Madrid, 2002.

MOOG, H. The development of musical experience in children of pre-school age. Psychology of Music, 4, 38-45, 1976.

MUSICAL, Music Center, Núcleo de Ensino, Musicalização Infantil. Disponível em: <http://www.music-center.art.br/editor/infantil.htm>, Acesso em: 14 nov. 2009, 17:20.

READ, Hebert. A educação pela Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

REIGADO, João. Análise acústica das vocalizações de bebés de 9 a 11 meses face a estímulos musicais e linguísticos. Dissertação de mestrado em Ciências Musicais. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2007.


Para começar...


A sociedade da informação, conhecimento e aprendizagem, modifica a vida de cada cidadão de diferentes formas. Hoje em dia as tecnologias afetam tudo a nossa volta, pois a informação está acessível em todos os lugares. Como vincular essa informação com o ensino? O conhecimento pertence a todos e todos podem utiliza-lo. Para isso, criam-se redes de interação apoiadas nessas tecnologias renovando os locais de trabalho e estudo.
Esses cenários socioculturais requerem novos ambientes onde possa haver um maior e melhor intercambio de ideias de todos os participantes. Navegar num ambiente virtual não dificulta a aprendizagem desde que todos estejam envolvidos no trabalho on-line.
Hoje em dia, os cursos à distância são muito procurados. O grande desafia está em como obter a mesma qualidade dos cursos presenciais na educação virtualizada. O estudo a distância não se trata de eliminar o presencial. É de extrema importância incorporar o diálogo, a troca, a colaboração e cooperação, e assim, diminuir a distância utilizando a tecnologia disponível.
A relação professor-aluno também é de extrema importância. Apesar de realizar atividades sozinho, o aluno não toma as decisões por conta própria; é preciso buscar maneiras diferenciadas para virtualizar a discussão e o trabalho colaborativo.
Para avaliar a aprendizagem num curso à distância, bem como um presencial, não se pode utilizar um único modelo ou momento de avaliação. Na verdade, é preciso definir com clareza um objetivo a ser atingido e um foco para que os alunos conquistem esse objetivo.
Sabendo que a utilização das tecnologias é essencial para a aprendizagem em ambientes virtuais, é necessário que os docentes, bem como os alunos, tenham um grande conhecimento das tecnologias e dos diferentes métodos de ensino e utiliza-las para aprimorar esses métodos.
O aluno deve saber que ele deve se dedicar e tentar ao máximo assimilar os novos conhecimentos. O apoio externo dos mestres vem para auxiliar a própria aprendizagem de cada aprendiz. Cada professor tem sua forma de abordagem de cada tema. Ainda assim, o foco é que todos os alunos assimilem aquele conhecimento.
Sabe-se que a tecnologia está cada vez mais presente no processo de ensino/aprendizagem. Ainda assim a relação professor-aluno deve ser permanecida, levando em consideração que a relação no virtual é mais uma “carta” no “baralho” do processo de aprendizagem de cada um.

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Portfolio da disciplina Práticas Midiáticas na Educação. Faculdade de Educação - Univerdidade de Brasília, 2/2012.

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